Vidraça
Daquela
vidraça eu olho a rua
Vejo toda a
gente que passa
E em meus
sonhos te vejo nua
Vejo o amor
passar pela vida
Vejo uma
avenida e uma rua sem saída
Vejo um muro
escrito amor
Alguém deixou
um recado pra outro alguém
Pra aliviar a
saudade e a dor
Daquela vidra
eu vejo uma lua inteira no céu
Eu vejo
pessoas correndo sem direção
E escrevo um
poema num papel
Eu vejo o sol
nascer radiante
Anunciando
mais um dia um novo instante
Eu vejo a
chuva que cai
Carros que
correm desesperados
Eu vejo
crianças e amigos
Andando
abraçados
Daquela
vidraça o mundo corre e a vida passa
Num canto
qualquer eu deixo um sorriso sem graça
Eu sinto o
vento que é o mesmo que toca os seus cabelos
Quando
distraidamente sem me notar na janela você outro alguém abraça
Eu vejo a
correria do mundo
Também um
olhar que me encanta e penetra profundo
Vejo um casal
se beijando e prometendo um futuro
Mesmo sem
saber que esse é um caminho escuro
Eu vejo também
o mar e um farol
Mas não avisto
o meu porto seguro
Daquela
vidraça eu vejo tudo que eu quiser
Eu vejo um
homem esperando por uma mulher
Pra lhe
prometer um paraíso qualquer
E que no final
de tudo não é nada mais do que a sorte
De um
insignificante instante qualquer
Eu vejo também
o que eu não queria ver
Eu vejo a vida
escorrendo nas mãos como a chuva na calçada
Eu vejo o
tempo passando tão rápido
E eu não me
importando com nada
Daquela
vidraça que um dia embaçou
De onde você
com os lábios desenhou
Contornos de
amor e desamor
Da maldade que
cerca a cidade
De quando no
alto do infinito meu mundo desabou
E mesmo assim
com tudo no chão
Ainda vejo da
mesma vidraça pedaços do meu coração
Que ficaram
espalhados e invisíveis à multidão
Tudo isso eu
vejo daquela vidraça
E o que eu não
vejo é porque por ali definitivamente não passa.
By Everson
Russo
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